Kratos, o protagonista da série God of War, é um personagem rico para análise psicológica, especialmente por sua jornada emocional e os temas que permeiam sua história, como raiva, culpa, luto e redenção. Desde os primeiros jogos até as narrativas mais recentes, Kratos evolui de um guerreiro impulsivo e consumido pela vingança para um pai que luta para superar seus traumas e criar um relacionamento significativo com seu filho, Atreus.
1. Raiva e Trauma
Nos primeiros jogos, Kratos é movido quase exclusivamente pela raiva e pelo desejo de vingança contra os deuses que o traíram. Psicologicamente, isso pode ser entendido como uma resposta ao trauma de ter perdido sua família por causa de suas próprias ações, manipuladas por Ares. Sua raiva é uma defesa contra a dor, uma tentativa de se proteger do sofrimento emocional profundo.
A raiva, nesse contexto, serve como um mecanismo de enfrentamento, mas também o isola emocionalmente, impedindo-o de processar adequadamente sua perda. Isso o coloca em um ciclo de violência e destruição, no qual ele tenta preencher o vazio interno com vingança, mas nunca encontra alívio verdadeiro.
2. Culpa e Autopunição
Kratos carrega uma enorme culpa por seus atos, especialmente pelo assassinato de sua família. Essa culpa o torna incapaz de se perdoar, e ele frequentemente busca a morte como forma de redenção. Do ponto de vista psicológico, isso reflete um comportamento de autopunição, comum em pessoas que não conseguem lidar com remorso ou vergonha.
Ao longo dos jogos, ele enfrenta diversas manifestações físicas e simbólicas de seus pecados, como os espectros das almas que ele matou ou as lembranças constantes de sua família. Essa repetição evidencia o impacto da culpa em sua psique.